quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma injustiça que perdura a anos...

Ontem a noite, estava quase dormindo (em um estado entre o cochilo e início do sono pesado) quando uma matéria do "Jornal da Globo" me fez despertar e roubou minha atenção: A Câmara Municipal do Estado de São Paulo resolveu conferir o título de cidadão paulistano ao padre cientísta Roberto Landell de Moura, falecido em 1928 por causas naturais.

Para os menos desavisados (que acreditem, creio que chega a 95% da população brasileira), o padre Landell de Moura foi nada mais nada menos que o "pai do rádio", título que só não lhe foi conferido de fato, devido a incompetência, falta de apoio e descredito do governo brasileiro, que ao invés de apoiar as pesquisas do padre Landell de Moura, taxou-lhe de "Louco" por tentar desenvolver um aparelho que transmitisse a voz humana a longas distâncias.

No meu trabalho de conclusão de curso, abordei este tema, unindo-me a luta por um reconhecimento maior do feito obtido pelo padre Landell de Moura. Seu invento foi pioneiro. Marconni, atual detentor da alcunha de "pai do rádio" lançou seu invento depois de padre Landell, e o que é pior, seu invento apenas transmitia sinais de som, enquanto o invento do padre brasileiro foi o primeiro a reproduzir a voz humana.

Um agravante no caso do padre Landell de Moura, foi o fato de que, depois de não receber apoio do governo brasileiro, ter seu laboratório queimado por elementos que se julgavam "cristães" e o acusavam de heresia e mudar para os Estados Unidos, onde registrou a patente de seus inventos, quando a patente venceu, procurou o governo brasileiro para renova-la (Dando de brinde a patente do rádio a nossa "pátria amada" e o mesmo novamente o repudiou.

Padre Landell solicitou que fosse-lhe disponibilizado duas embarcações  a uma razoável distância para comprovar a eficacia de seu experimento. Um "aspone" (não preciso traduzir né?) questionou qual a distância e padre Landell informou que poderia ser qualquer distância pois seu experimento poderia transmitir a voz humana até mesmo através de distâncias interplanetares. Ao ouvir isso o dito "aspone" desligou o telefone e deu seu veredito ao presidente: "O velho enlouqueceu. Ta dizendo que com seu aparelho da pra falar até com outro planeta". O presidente vetou a demonstração e padre Landell de Moura morreu no esquecimento.

Para se ter uma idéia, o governo italiano disponibilizou toda sua esquadra naval para que Guglielmo Marconi demonstrasse o funcionamento de seu experimento.

Com isto, o governo brasileiro acabou perdendo mais uma grande patente, assim como aconteceu com Santos Dummont e o avião (a patente é francesa), a fibra ótica e a bina. Os dois últimos casos foram recentes, comprovando que se fosse hoje, talvez o tratamento seria o mesmo.

Agora anos depois, a prefeitura de São Paulo resolve reconhecer o padre Landell como cidadão paulistano como se isso fosse mudar todo o rumo da história a apagar todas as injúrias e maledicências  que sofreu padre Landell ao longo de sua vida.

É como diz o título do texto: "Um injustiça que perdura a anos" e que pelo visto vai perdurar pela eternidade.

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